Turismo de base comunitária e ecoturismo são opções ao turismo convencional
Ter, 10 de setembro, 2013

O primeiro dia de aula sobre técnicas de guiamento em atrativos naturais para a turma de Cariacica serviu principalmente para abrir os horizontes de quem trabalha no ramo. O consultor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Felipe Ramaldes, que dá o curso no município, apresentou novas formas de explorar o turismo, com ênfase à base comunitária e ao ecoturismo.

O que norteou a aula foi um conceito retirado de um artigo publicado pelo Fundo Mundial para a Natureza - World Wide Fund For Nature Brasil- (WWF-Brasil). O artigo aponta o potencial do setor para gerar benefícios como diversificação e consolidação econômica, emprego, conservação ambiental, valorização da cultura, conservação e/ou recuperação do patrimônio histórico e recuperação da autoestima de comunidades.

Alguns dados comprovam isto. Quando se trata de turismo ecológico, a Organização Mundial do Turismo (OMT) mostra, num comparativo entre os crescimentos do mercado de viagens convencional e do ecoturismo, nos últimos cinco anos, vantagem para o segundo. Um cresce a 7,5% e outro entre 15% a 25%.

Ampliando exemplos, a aula mostra países que são expoentes nesta área. Dois casos de sucesso são Canadá e Costa Rica. O primeiro, pelo viés de turismo de aventura, com eventos constantes de esportes nas montanhas nevadas, enquanto o segundo aposta na diversidade da natureza, investindo em estrutura e incentivando a preservação ambiental. Na Costa Rica é determinado por lei que 25% do território nacional deve ser de preservação ambiental. Trazendo para o ramo comunitário, emoldurado pela história de nativos, um bom exemplo é o das paneleiras, em Vitória.

A discussão foi ao encontro dos anseios de Lucimar Rodrigues, guia de turismo receptivo, de Vitória. Formada em turismo há dois anos, ela busca rotas alternativas e sustentáveis para a região da Grande Vitória.

“O curso está confirmando minha expectativa de ser possível explorar novas oportunidades, novas ideias, lugares diferenciados. Outro dia, atendi uma cliente que contrata o serviço de guias no Espírito Santo há 15 anos e ela me confidenciou assistir a mesma apresentação sempre. Isso me angustia, pois temos outros lugares. O Mochuara, por exemplo, tem uma história muito interessante, a da lenda do pássaro de fogo, além da beleza natural do local. Isto tudo é um prato cheio para nós”, disse Lucimar.

Outra aluna que viu seus conceitos sobre turismo ampliarem foi Marlúcia Louback Viana Rocha, que tem uma propriedade entre a reserva de Duas Bocas e Pau Amarelo. Ela buscou o curso pensando em explorar o local com o agroturismo e já começa a pensar em outras saídas.

“Li algumas coisas e comecei a me orientar para um lado, vendo o turismo como uma grande possibilidade de gerar renda. Hoje, porém, vi que é muito mais amplo do que imaginava. São inúmeras vertentes, inclusive sociais, que podem alcançar a todos, muito além do que tinha em mente”, afirmou.

As aulas seguem até o dia 20 de setembro, de 8h às 12h. A última parte da aula será prática com um passeio pela trilha do parque Reserva de Duas Bocas, orientados pelo consultor Felipe Ramaldes.

O curso tem carga horária de 40 horas e segue sendo realizado até o dia 20. O programa conta com os temas de introdução ao ecoturismo, o condutor de ecoturismo, turismo de aventura e a aula prática de condução do turista, que será realizada numa trilha pelo parque Municipal da Reserva de Duas Bocas.

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Prefeitura Municipal de Cariacica
Texto: Marlon Marques
Jornalista responsável: Marcelo Pereira

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