O Universo da DC nos cinemas é repleto de controvérsias, erros e acertos! Isso faz com que as expectativas em relação a qualquer produção se tornem as mais variadas, em diferentes níveis. Porém o mais interessante nisso tudo é a capacidade do estúdio, ao lado da Warner, em sempre reinventar uma maneira de contar suas histórias, fazendo total sentido quando se trata de trabalhar multiversos!
Deste modo, Mulher-Maravilha 1984, sai completamente do escopo DC de realizar filmes, trazendo uma nova perspectiva para a franquia e principalmente, tirando de campo o egocentrismo de diretores para se apoiar no que realmente importa: as histórias em quadrinhos na tela! E se há mais alguma coisa que esta produção consegue realizar é demonstrar a possibilidade de contar uma narrativa divertida, à altura de sua protagonista e ao mesmo tempo, apresentar novos pontos de seu cânone! Isso é a Patty Jenkins mostrando como se deve fazer!
Estamos no ano de 1984, e Diana concilia sua vida como arqueóloga em um museu e Mulher-Maravilha para ajudar as pessoas da cidade diversas vezes. Contudo, quando um artefato antigo cai nas mãos da pessoa errada, a heroína precisa conter essa nova ameaça antes que o mundo seja destruído. Ao mesmo tempo, Steve Trevor retorna de maneira misteriosa e junto dele, surge uma nova oponente para Diana, Bárbara, que não medirá esforços para se colocar no caminho da Mulher-Maravilha!
Patty Jenkins dirige e escreve o segundo longa da Princesa Amazona da DC Comics. E sabendo o que realizar, a diretora eleva ainda mais os conceitos, exaltando sua personagem, suas origens, e dando um tom diferente para o universo que está sendo construído no cinema. Por isso, saem de cena toda estética de Zack Snyder e entra assinatura de Jenkins em todos os momentos, demonstrando então que não há mais lugar para quem almeja ditar regras com produções questionáveis!
E nesse estilo de comando, as sequências de ação são coreografadas de maneira exímia, desafiando a lógica e a física, mas plausíveis dentro do contexto revelado. A fotografia colorida e a ambientação "oitentista" saltam aos olhos, tornando tudo crível, se encaixando ainda mais com as vivencias de Diana. Outro ponto a ser destacado é o figurino do longa, que não apenas retrata a época e sim completa certos pontos de personalidade dos personagens!
Assim, quando vemos uma sequência das amazonas em uma disputa quase olímpica ou as ações da Mulher-Maravilha no cotidiano dos cidadãos, a atmosfera de quadrinhos ganha uma forma amplamente significativa, dando um tom de aventura ao longa metragem que remete à outros clássicos do cinema. Ao mesmo tempo, o elemento principal da história e o humor empregado são pontos retirados diretamente das páginas, e funcionam de maneira competente na história que é contada!
Grande parte disso acontece por conta do elenco!
Gal Gadot entrega além do que já havíamos visto. Esta uma Diana mais experiente, consciente e decidida em suas questões! Ao mesmo tempo, demonstra fragilidade quando necessário, principalmente para entender o que é necessário realizar em sua jornada como heroína. Gal é a Mulher-Maravilha em todos os aspectos e sem discussão! Já Kristen Wiig traz muito de sua experiência com o humor, dando camadas a personalidade da Mulher-Leopardo, e quando a vilania precisa sobressair, temos um confronto de iguais em vários aspectos no longa. E Pedro Pascal e Chris Pine estão lá, é isso!
Esta é uma narrativa sobre escolhas, desejos e perdas. Sobre aquilo que tanto almejamos e as consequências de querer algo a qualquer custo! Falando dessa forma, soa completamente piegas e caricato, mas é isso mesmo! O texto presente em Mulher-Maravilha 1984 se apoia em todas as convenções e lições que encontramos nos quadrinhos, justamente para nos lembrar através da figura de Diana, os resultados de uma vida movida apenas pela ganância e pelo poder!
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Nesse contexto, a protagonista é colocada diante uma situação em que suas decisões irão afetar completamente a figura que é, chegando a possibilidade de perder tudo o que sempre possuiu. Ao mesmo tempo que seus antagonistas se encontram em uma jornada semelhante, numa busca por poder e reconhecimento descontrolado. São três lados de uma mesma situação, onde vemos quem sempre viveu excluída de tudo se sobressair, quem nunca teve nada começar a conquistar e quem teve tudo, e perdeu, reencontrando um dos sentidos para continuar!
Entretanto, a velha e conhecida frase: "Cuidado com o que você deseja" vai ecoar e muito na cabeça do espectador!
Assim, dentro dessa construção sobra tempo para trabalhar as camadas dos personagens, suas personalidades e mudanças de índole durante a trama. Junto disso, alguns pontos se tornam até mesmo desconexos e entroncados no que se pretende realizar. O que torna o filme extenso demais em certos pontos e o plot principal de Diana um tanto quanto repetitivo! Lógico que nada disso remove a grandiosidade da figura representativa que é a Mulher-Maravilha e tão pouco os ensinamentos da produção que farão adultos lembrarem dos quadrinhos e as crianças cada vez mais deslumbrarem com essa heroína!
Mulher-Maravilha 1984 é divertido, clichê e o que sempre esperamos de um filme baseado em história em quadrinhos! Na obra, encontramos lições que precisam ser aprendidas, uma heroína que nos acompanha dentro dessa aventura, vilões perigosos e um final repleto de otimismo e esperança! Tudo o que precisamos nesses últimos tempos!
Petty Jenkins então se torna a diretora mais competente da DC Comics nos cinemas, principalmente por fazer desse um exemplo que pode, e deve, ser seguido para que as histórias da editora possam ser realmente contadas no nível que merecem, sem narcisismos ou conceitos mal empregados. A diretora faz das páginas o seu filme e vice-versa!
Diana inicia o longa nos contando sobre algo que precisou aprender para continuar entendendo o seu lugar no mundo e nos faz perceber, ao término, que existe sempre algo de bom ao nosso redor. São como a primeira e última página de uma revista, onde a heroína faz uma pose, contemplando algo enquanto um balão carrega uma frase de efeito! E essa produção conseguiu gerar esse sentimento, o trabalho da dupla Gal Gadot e Patty Jenkins está mais do que consolidado na sétima arte! Maravilha, não é mesmo!?
Mulher-Maravilha 1984 está em cartaz nos cinemas!
Aviso Importante: Há uma cena durante dos créditos de encerramento, então aguarde um pouquinho na sala de cinema, ainda seguindo os protocolos de segurança!
Will Weber
Geek Guia